SAÚDE

Tocantins discute panorama do tracoma em Reunião de governança

Com o objetivo de promover a eliminação do Tracoma, como problema de saúde pública, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) participou, na segunda-feira, 11, da Reunião de Governança do ‘Projeto Tracoma’, uma inciativa do Governo do Canadá em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde (MS), em desenvolvimento nos países da América Latina. No Tocantins, o trabalho será coordenado pelo Distrito de Sanitário Especial Indígena do Tocantins (DSEI-TO), na realização de um inquérito sorológico nas aldeias indígenas do Estado, visando dar sustentabilidade às ações de a serem realizadas.

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) revelam que, no Tocantins, no ano de 2022 foram examinadas 16.550 crianças em 31 municípios, com 156 números de casos de Tracoma detectados, o que representa uma taxa de detecção de 0,94%. Já em 2023, até o inicio do mês de dezembro, foram 12.591 crianças examinadas, sendo detectados 80 casos, representando uma taxa de detecção de 0,64%.

Mesmo com a situação apresentada dos dois últimos anos no estado, os números revelam que a taxa de detecção no Tocantins é inferior ao limite estabelecido pela organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 5%. Ressaltando que, em 2023 houve uma redução de aproximadamente 30% no número de casos, em um comparativo com o ano anterior.

“O objetivo nesse momento é desenvolver uma oficina de trabalho conjunto com os diferentes setores da Secretaria de Estado da Saúde, sobretudo a Atenção Primária e Vigilância em Saúde e toda a equipe que faz parte do DSEI Tocantins, Ministério da Saúde e OPAS, pela eliminação do Tracoma”, destacou a diretoria de Vigilância das Doenças Vetoriais e Zoonoses, Mary Ruth Glória.

Para a consultora Técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do MS, Maria de Fátima Lopes “a Organização Mundial de Saúde vem discutindo com todos os países algumas doenças que precisam ser eliminadas como problemas de saúde pública. São doenças que atingem populações mais vulneráveis, populações que têm dificuldades de acesso ao serviço de saúde, dificuldades de acesso a melhores moradias, as condições básicas de saúde, de saneamento, de acesso à água. Então é todo um movimento global”. 

“O governo do Canadá procurou a Organização Pan-americana de Saúde e fizeram um acordo de trabalhar junto ao Ministério da Saúde para um movimento global de eliminação do Tracoma e esperamos atingir as nossas metas até o ano 2030. Mas esse número específico de metas já é atingido, nós temos indicadores de eliminação. Nós temos que ter menos do que 5% de prevalência do tracoma folicular na população de crianças de 1 a 9 anos de idade”, disse a consultora.

Segundo a oficial nacional em Malária e Doenças Infecciosas Negligenciadas da OPAS-Brasil, Sheila Rodovalho, “trazemos para esta reunião diversos atores que possam contribuir para o processo de eliminação do tracoma como um problema de saúde pública e o local selecionado foi o Distrito Sanitário Indígena do Tocantins, para que cada um dos diversos organismos do governo, em todas as esferas, se entenda dentro do processo”.

Sheila acrescentou que “no Brasil, em algumas áreas urbanas ele já foi eliminado, mas o grande gargalo para eliminar o tracoma de forma definitiva é a gente entender porque se permanece essa doença em determinadas populações e etnias indígenas. Então, a reunião abordou o papel que cada um representa dentro do processo que é fortalecer e dar sustentabilidade para que ao eliminá-lo tenhamos a possibilidade de não retornar aos patamares de hoje”.

“Essa oficina vem para trabalhar esse projeto, onde teremos o inquérito epidemiológico e também trazer nesse momento a questão da interculturalidade e a questão de gênero, como trabalhar isso na comunidade indígena para que a gente possa realmente fazer ações estratégicas para poder eliminar o tracoma como problema de saúde pública”, pontuou a coordenadora de Vigilância Indígena da Secretaria de Saúde Indígena do MS, Adriana Lucena. 

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