POLÍTICA

Bullying foi tema de palestra proferida por promotora de Justiça em escola da Capital

Em um auditório lotado, com cerca de 400 alunos, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) promoveu nesta segunda-feira, 19, palestra sobre o combate ao bullying no Colégio Militar do Estado do Tocantins – Unidade II, na região Norte de Palmas. A palestra foi proferida pela promotora de Justiça Isabelle Figueiredo e buscou a conscientização de estudantes sobre os perigos do bullying e a importância da denúncia.

A promotora de Justiça destacou a relevância de abordar o tema com os alunos, principalmente no contexto escolar: “É crucial que os jovens compreendam as consequências do bullying, tanto para quem pratica quanto para quem é alvo e, principalmente, para quem apenas assiste à violência. Muitas vezes, o foco está em quem agride ou quem é agredido, mas o espectador, que muitas vezes é a maioria, também carrega essa violência consigo ao longo da vida.”

Isabelle ainda enfatizou a importância da denúncia e da busca por ajuda. Para ela, é essencial que o aluno se conscientize de que a humilhação e a agressão têm consequências para toda a comunidade e procure ajuda: “seja um professor, um psicólogo, um diretor ou qualquer pessoa de confiança, a denúncia é o primeiro passo para combater o bullying”.

A psicóloga do colégio, Camila Oliveira, relatou a experiência da escola no combate ao bullying: “Nós já vínhamos trabalhando esse tema com os alunos, principalmente no primeiro ano, no qual a demanda era maior. Realizamos rodas de conversa e intervenções em sala de aula, mas sentimos a necessidade de algo maior. Por isso, convidamos a promotora para essa palestra, que teve um impacto muito positivo”. Ela ainda ressaltou o papel da palestra em fortalecer o senso de comunidade: “a presença da promotora, que é uma figura de autoridade, trouxe um novo olhar para os alunos”.

Consequências legais

A palestra abordou a fragilidade como base do bullying. A promotora de Justiça explicou que a fragilidade do alvo, seja física, verbal, social ou virtual, é o ponto de partida para a violência. Ela ressaltou que as consequências do bullying podem ir desde advertências e multas até a privação de liberdade, em casos de violência física. “Isso está na lei e todos, incluindo pais, professores, diretores e alunos, devem cumprir a legislação”, enfatizou Isabelle Figueiredo, deixando claro a seriedade do tema.

Cyberbullying

Outro ponto de destaque foi o cyberbullying, que tem consequências ainda mais graves que o bullying tradicional, devido à velocidade e ao alcance da informação na internet. “A gente não consegue tirar a informação da internet, uma vez que ela foi publicada”, explicou, ressaltando a necessidade de cuidado e responsabilidade no uso das redes sociais.

Ela citou algumas consequências psicológicas do bullying, tanto de curto quanto de longo prazo: baixa autoestima, problemas de saúde mental, dificuldade de concentração e desempenho escolar, depressão, ansiedade, isolamento social e impacto no bem-estar geral.

Caixa vermelha

A promotora apresentou uma iniciativa importante para incentivar a denúncia: uma caixa vermelha, anônima, na qual os alunos podem deixar mensagens sobre casos de bullying, sem precisar se identificar. “É importante que os alunos se sintam seguros para denunciar, sem medo de represálias”, destacou ela.

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