Crianças e jovens de Taquaruçu terão oportunidade de capacitação em confecção de instrumentos, musicalização e percussão com o barro
A tradição do artesanato em barro perpassa séculos de gerações em todo o mundo e mantém-se viva nos dias atuais. Baseado neste conceito, o projeto Batuque do Barro instiga a valorização dessa prática cultural milenar. Serão ofertadas oficinas de capacitação com confecção de instrumentos feitos em barro, percussão e musicalização, para crianças e jovens.
As aulas são gratuitas e se iniciam no próximo sábado, 23. As atividades acontecerão sempre aos sábados, na sede do Pote de Ouro, em Taquaruçu. As oficinas terão duração até o mês de junho com apresentações culturais de encerramento em Palmas e Porto Nacional.
De acordo com o proponente e idealizador do projeto, o músico e artesão Wanderley Batista, as oficinas utilizam de técnicas primitivas para produzir e desenvolver instrumentos que possuem sons marcantes e raros de se ouvir atualmente. “A proposta é de resgatar a memória com a realização de oficinas rítmicas musicais com instrumentos feitos de barro e aulas de musicalização, enfatizando a importância de acompanhar as novas tecnologias sem esquecer nossas raízes”, explica o artista.
Wanderley complementa ainda que o projeto tem o propósito de envolver a atual geração na tradição da produção artesanal de peças e instrumentos musicais de barro, fazendo um elo com o passado. “A musicalização desperta e desenvolve na criança, além da sensibilidade à música, qualidades como concentração, a coordenação motora, a sociabilização, a audição, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do raciocínio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo”, afirma.
Projeto
O projeto Batuque do Barro é uma realização do artista Wanderley Batista. O patrocínio é do edital Artes Tocantins, da Lei Paulo Gustavo (LPG), da Secretaria Estadual de Cultura.
Proponente
Wanderley Batista de Carvalho, nasceu na cidade de Porto Nacional/TO, mas foi no distrito de Taquaruçu que cresceu e reside até hoje, vivendo da sua arte, zelando pela manutenção e valorização do saber fazer tradicional da cultura cerâmica regional.
Ainda criança teve contato com as técnicas de produção de peças de barro com sua mãe que dominava a técnica indígena de fabricação manual de potes e botijas de barro para armazenar água.
Em 1997, participou do curso básico de modelagem de cerâmica em torno manual. Logo após construiu, junto com seu irmão, seu primeiro torno cerâmico de madeira roda-sobre-roda e ao longo dos anos realizou experiências com argila da região, sempre considerando conhecimento tradicional das técnicas de fabricação e queima das peças de barro em forno a lenha. Seu trabalho é voltado para a transmissão dos saberes tradicionais do barro, por meio de oficinas e workshop sobre modelagem de cerâmica.